O jogador profissional, Amir Nasr-Azadani, do Irã, pode ser executado por enforcamento após participar de protestos em defesa das mulheres. Segundo as informações, o governo do país acusa ele de participar da morte de três membros de uma milícia paramilitar.
Segundo a IranWire, no dia 20 de novembro desse ano, o zagueiro e mais dois acusados foram à TV estatal e leram uma confissão forçada do crime. Entretanto, a própria empresa alega que Nasr-Azadani nunca esteve no local dos assassinatos.
No entanto, é um fato que Amir Nasr-Azadani participou dos protestos em defesa dos direitos das mulheres. Na ocasião, não houve atos de violência onde estava o jogador, somente gritos de palavras de ordem por algumas horas.
Muitos protestos estão acontecendo no Irã, após a morte da jovem de 22 anos, Mahsa Amini, presa pela polícia da moral iraniana, por, supostamente, não utilizar de forma correta o véu que deve cobrir a cabeça das mulheres. Quando faleceu, ainda estava sob a custódia dos policiais.
Segundo o governo do país, a jovem faleceu por uma doença cerebral. Ao contrário do que disse o Estado, o povo acredita que Mahsa Amini sofreu violência excessiva dos policiais e por isso morreu, de forma misteriosa, até então.
Dessa forma, a população passou a protestar em defesa do direito das mulheres no país, por isso tomaram as ruas. Amir Nasr-Azadani participou de uma dessas manifestações e agora é acusado de um assassinato e pode ser executado pelo Estado.
FIFPRO sai em defesa de Amir Nasr-Azadani
Diante da situação delicada, o FIFPRO se posicionou em defesa do atleta. Em seu Twitter oficial, o sindicato dos atletas profissionais do futebol se solidarizou e pediu a remoção da pena de morte a Amir Nasr-Azadani imediatamente.
FIFPRO is shocked and sickened by reports that professional footballer Amir Nasr-Azadani faces execution in Iran after campaigning for women’s rights and basic freedom in his country.
We stand in solidarity with Amir and call for the immediate removal of his punishment. pic.twitter.com/vPuylCS2ph
— FIFPRO (@FIFPRO) December 12, 2022
Ainda conforme o posto do sindicato, a instituição está chocada e enjoada por ter um atleta profissional que pode ser executado por lutar pelos direitos das mulheres. A própria FIFA ainda não se pronunciou sobre o caso.
Vale lembrar, durante a Copa do Mundo, jogadores da seleção do Irã também protestaram, se recusando a cantar o hino nacional antes dos jogos. Assim como Amir Nasr-Azadani, os jogadores também sofreram ameaças através de suas famílias.
Nos próximos dias deverá acontecer a decisão do governo iraniano sobre a possível execução de Amir Nasr-Azadani. Esperamos que o jogador não sofra consequências por lutar por direitos das mulheres, muito menos que perca a vida por um motivo tão delicado.