Autoridades do Catar ameaçam jornalista ao vivo

A primeira semana da Copa do Mundo 2022 está se encerrando, mas as polêmicas envolvendo o Catar não. Na última quinta-feira (25), autoridades dos anfitriões do mundial, interromperam um jornalista em uma transmissão ao vivo e fizeram ameaças.

Não é a primeira vez que um profissional de imprensa é interrompido e ameaçado ao vivo no Catar. No último dia 16 de novembro, uma equipe de segurança ameaçou quebrar os equipamentos de um jornalista dinamarquês.

Autoridades do Catar ameaçam jornalista

Na manhã da última quinta-feira (25), interromperam uma entrevista ao vivo no Catar, ordenando que o jornalista e os cinegrafistas parassem de filmar imediatamente e ameaçou confiscar os equipamentos dos profissionais de mídia.

O momento aconteceu com Joaquin Alvarez, que entrevistava alguns torcedores da Seleção Argentina que estão em Doha, no Catar. A reportagem era para o programa Nosotros a la Mañana, do canal de TV ‘El Tece', da Argentina.

O jornalista estava conversando com os torcedores sobre a Copa do Mundo 2022, quando foi interrompido por três homens, que foram identificados apenas como autoridades do Catar e do mundial.

O trio forçou os profissionais de imprensa a provarem que estavam trabalhando e que possuíam credenciais para filmar no local. Além disso, ameaçaram confiscar os equipamentos utilizados no momento.

O repórter tentou argumentar, mas a transmissão precisou ser interrompida após insistências das autoridades do Catar. Além disso, os apresentadores no estúdio do programa demonstraram indignação com o ocorrido. “É assim que é o governo do Catar”, comentaram.

A entrevista de Joaquin Alvarez com os torcedores argentinos estava sendo transmitida do Barwa Village, um complexo comercial e residencial localizado na periferia de Doha. A alegação das autoridades, era de que a vila é um local priva e não é permitido filmar.

Posteriormente, Alvarez retomou a transmissão e disse que a equipe foi forçada a se retirar do local, mesmo comprovando que a equipe estava autorizada a filmar no Catar. “Fiquei com medo e pensei que eles iam me prender”, disse o jornalista.

O jornalista também explica que a pessoa responsável pela interrupção saiu de uma van e falou de uma forma rude de que eles não poderiam filmar um local privado. “Eu disse a eles que estávamos mostrando algo legal, mas eles nos disseram que tínhamos que ir” e afirma que ameaçaram confiscar os equipamentos.

Críticas ao Catar

Nas redes sociais, Joaquin Alvarez agradece o apoio que recebeu e lamenta o ocorrido. “O que aconteceu foi totalmente injusto porque tínhamos todas as nossas licenças e tudo em ordem”, publicou o jornalista.

O apresentador e colega de profissão do repórter, Nicolas Magaldi disse o ocorrido é um exemplo de censura severa. “Eles taparam a câmera, não nos deixaram filmar, mandaram você embora de forma grosseira e ainda por cima, a pessoa que estava falando não se identificou”, comentou.

A esposa de AlvarezTefi Russo, também comentou sobre a situação. Ela afirma que o jornalista estava assustado, pois está em outro país, com uma cultura diferente, outro idioma e, mesmo comprovando ser autorizado para as filmagens no Catar, foi interrompido ao vivo. “É censura quando você sabe que não está fazendo nada de errado” e acrescenta que é impossível aproveitar a Copa do Mundo e trabalhar, por conta de todas as situações.

Gabriel Lemes Gabriel Lemes

Sou jornalista e sonho em trabalhar com jornalismo esportivo. Desde pequeno, convivo com futebol e com o passar dos anos, fui me apaixonado por outras modalidades. Hoje, não me vejo trabalhando em outro área que não seja com esporte. A emoção que um simples jogo causa no torcedor e nos fãs, é algo inexplicável e encantador, o que só aumenta  a minha admiração.

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