Em mais uma noite de Copa Sul-Americana, um ato triste e lamentável manchou a partida entre Audax Italiano x Santos. Após o duelo entre chilenos e brasileiros, o atacante Ângelo, do Peixe, disse que foi chamado de macaco por torcedores no Estádio El Teniente. Além do atleta de 18 anos, o zagueiro Joaquim também alegou ter sofrido racismo durante o jogo.
De acordo com informações, o insulto racista ao jovem jogador do Santos ocorreu aos 32’ da etapa final. No momento da substituição de Ângelo para a entrada de Weslley Patati, o atacante foi xingado e atacado covardemente pelos torcedores do Audax Italiano.
Após o término do jogo, Ângelo mostrou toda a sua revolta e tristeza ao falar sobre o crime racista ao canal De olho no Peixe.
“É incrível como as pessoas não amadurecem e não aprendem. Basta de racismo. É algo que machuca muito a gente. Que a punição seja feita. Foi um torcedor só. Quando eu saí eles me xingaram, mas coisa normal de jogo. Quando eu cheguei perto da bandeirinha, um torcedor veio me chamar de ‘macaco’ e fez gestos de macaco. Xinguei ele de volta na hora e pedi para o bandeirinha fazer alguma coisa. Mas, como sempre, as pessoas se omitem e não fazem nada. É complicado. Eu espero que a Conmebol tome uma ação e faça algo, tenha uma atitude”.
Além disso, o atacante do Santos completou citando o caso recente de Vinícius Júnior, ocorrido na partida entre Valencia x Real Madrid.
“Tem que ser feita atitude, basta de ser só cúmplices e só falar. Tem que haver algo que as pessoas olhem e falem ‘não podemos ter mais racismo’. Não é só futebol. Aconteceu recente do Vinícius Junior. É incrível como o ser humano não aprende. Está aqui minha indignação. Tem que ter atitude”.
Técnico Odair Hellmann comenta sobre ataques racistas sofridos por Ângelo e Joaquim
Em entrevista coletiva após o duelo entre Audax Italiano x Santos, o técnico Odair Hellmann também falou sobre o caso.
“Não tenho cargo no clube em que decido e tenho o poder de decidir essas coisas. Eu, no campo de jogo, sabe o que temos que fazer? Sair da partida. Que a Conmebol, que a Fifa, que a CBF busque e puna. Se não tiver punição, vai continuar. É um sofrimento histórico, irreparável. A sociedade como um todo não aceita mais. Se depender de mim, como treinador de jogo, a gente sai de campo. Eu tenho que respeitar a direção, isso não cabe a mim, mas o meu posicionamento é de tirar o time de campo“.