Bernd Neuendorf, presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), fez duras declarações ao governo do Qatar na última sexta-feira (18). O mandatário também é contra a reeleição de Gianni Infantino para presidente da Fifa. Segundo, Neuendorf, a decisão partiu devido ao modo como a entidade máxima do futebol tratou a questão dos direitos humanos no Oriente Médio.
“A decisão da Alemanha de não apoiar a reeleição do presidente da Fifa, Gianni Infantino, no ano que vem, foi resultado da forma como o órgão do futebol lidou com questões de direitos humanos no Catar, anfitrião da Copa do Mundo, e por não ter se posicionado. sobre o Irã” disse o chefe da Federação Alemã de Futebol (DFB), Bernd Neuendorf, na sexta-feira.
Críticas ao Qatar
Primeiro país do Oriente Médio a sediar uma Copa do Mundo, o Qatar vem sofrendo muitas críticas com o passar dos dias. Além dos direitos humanos, dias atrás saiu uma notícia de que um jornalista dinamarquês foi impedido de realizar o seu trabalho e sofreu ameaças por seguranças cataris. E a pequena nação rica em energia está sob intensa pressão por seu tratamento aos trabalhadores estrangeiros.
“Infantino já tem o apoio das confederações continentais e sua reeleição é muito provável. Mas depois de sua carta há duas semanas, dizendo que os direitos humanos não deveriam desempenhar um papel e que deveríamos nos concentrar no futebol, ficamos consideravelmente irritados”, acrescentou Neuendorf.
“Também houve outras coisas que nos irritaram com a FIFA. A proibição do slogan da camisa dinamarquesa porque ‘direitos humanos para todos' estava escrito nela”
Fifa proibiu seleções treinarem com camisas de direitos humanos
Vale lembrar, que a mesma Fifa havia proibido a Seleção da Dinamarca de treinar com a camisa escrito “direitos humanos para todos”. Vários esportistas iranianos usaram a competição internacional para indicar seu apoio aos protestos que abalaram o país desde a morte de Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia da polícia moral em setembro.
“Tal slogan não é uma decisão política que você pode escolher tomar. Trata-se de direitos humanos e eles são universais e obrigatórios em todo o mundo”, disse Neuendorf.
“As mulheres muito corajosas do Irã merecem nosso apoio. A seleção do Irã fez suas declarações que deixaram claro que se distanciam do regime. Isso é um bom sinal. A Fifa não se posicionou. Ela se posicionou no caso da Dinamarca, mas não no Irã. Não banir apenas a camisa dinamarquesa. Tome uma posição sobre o Irã”, disse ele.
A Copa do Mundo começa neste domingo (20), com a seleção anfitriã, Catar, enfrentando o Equador às 13h (horário de Brasília), no Al Bayt Stadium.
Foto destaque: REUTERS/Annegret Hilse