No começo desta temporada, Maurício Ramos, ex-zagueiro do Palmeiras, atuou pela Portuguesa Santista, no Paulistão Série A2. No exame antidoping, foi pego pelo uso de clomifeno e desetil-clomifeno (metabólito de clomifeno). A suspensão é de oito meses e o jogador fica proibido de atuar em competições profissionais ou amadoras.
Mas essas substâncias são destinadas para o tratamento a infertilidade feminina, que possuem problemas de ovulação. Na bula do medicamento é informado que é “somente indicado para pacientes com anovulação demonstrada”. E que “outras causas de infertilidade devem ser excluídas ou adequadamente tratadas antes do tratamento”.
Segundo alguns portais de medicina e saúde, o clomifeno pode estimular a vesícula seminal e as glândulas prostáticas, aumentando a produção de sêmen. Contudo, não há estudo que confirmam a eficácia na infertilidade masculina. No Brasil, o citrato de clomifeno não é liberado pela ANVISA para o uso em homens.
Maurício Ramos não é o único atleta a ser pego com essas substâncias. Lucas de Jesus Oliveira, do levantamento de peso, Mica Galvão, do jiu-jitsu, e Wagner José Alberto Carvalho, do atletismo e lançamento, também já foram pegos pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem pelo uso do medicamento.
Segundo explicou Dr. Paulo Muzy, para o blog Tatame, atletas utilizam a substância para disfarçar o uso de esteroides. No entanto, isso nem sempre significa que o jogador fez o uso do medicamento com esse fim. Mas, por ser uma das possibilidades, o seu uso não é autorizado.
Carreira de Maurício Ramos
Apesar de ter sido pego no doping no final de maio, Maurício Ramos já estava aposentado do futebol. Em abril deste ano, fez uma postagem em sua rede social, falando sobre a sua aposentadoria.
Com uma carreira de 20 anos, o jogador passou pelo São Caetano, Coritiba, Palmeiras, Chapecoense, entre outros. Seu último time foi a Portuguesa Santista. E sua maior conquista foi com o Alviverde Paulista, ao ser campeão da Copa do Brasil, de 2012.