A abertura da Copa do Mundo 2022 se aproxima e o mundo se reúne para um dos principais eventos e a competição mais importante do futebol. No entanto, na última quarta-feira (9), a Netflix lançou um documentário que expõe o lado obscuro da FIFA, principalmente envolvendo a escolha do Catar como sede para a principal competição de seleções.
A produção intitulada “FIFA: Futebol, Dinheiro e Poder”, discute toda a corrupção envolvendo a entidade máxima do futebol, que culminou na prisão de vários cartolas. Além disso, também expõe os esquemas de compra de voto para que o Catar sediasse a Copa do Mundo 2022.
Documentário expõe corrupção na FIFA
O documentário lançado pela Netflix em parceria com o jornal britânico The Sun, conta a história da entidade máxima do futebol, a FIFA, revelando como foi criada e o que é preciso para organizar uma Copa do Mundo.
No entanto, também expõe um dos piores momentos da federação, expondo a ambição de alguns nomes importantes da organização, os famosos cartolas, além de todo o esquema de corrupção em um dos maiores escândalos do futebol.
O documentário explica como funcionou todo o esquema envolvendo a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo 2022, um país sem tradição no futebol, garantindo a classificação pela primeira vez na competição por ser país sede, além de todos os problemas envolvendo as violações dos direitos humanos.
A entrevistada pelo jornal The Sun é Phaedra Almajid, responsável pela comunicação da candidatura do Catar na época e que fez as denúncias de suborno envolvendo dirigentes de federações africanas para a compra de votos a favor do país do Oriente Médio. Segundo o documentário, Issa Hayatou, Jacques Anouma e Amos Adamu, das federações de Camarões, Costas do Marfim e Nigéria, receberam um valor de 2.3 milhões de dólares australianos.
No entanto, chama atenção que Joseph Blatter é um dos entrevistados do documentário, expondo os problemas da entidade. A saber, ele era o presidente da FIFA em 2010, ano em que o Catar foi escolhido como sede e está sendo investigado pelos esquemas de corrupção.
Corrupção entre FIFA e Catar
Em 2010, a FIFA anunciou que o Catar foi selecionado para sediar a Copa do Mundo 2022, vencendo a Austrália, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. No entanto, a decisão foi uma surpresa, principalmente para os norte americanos, que era considerado favorito para ser os anfitriões. Aliás, Bill Clinton, que era o presidente de honra da comissão dos EUA, se mostrou irritado com a decisão.
Posteriormente, algumas denúncias anônimas chegaram às autoridades, alegando irregularidade na decisão. Segundo Phaedra Almajid, o líder da candidatura do Catar, Hassan Al Thawadi, ofereceu uma grande quantidade de dinheiro aos chefes do futebol de alguns países africanos, com a garantia de que iriam vota no Catar.
Ainda segundo Almajid, a oferta da compra de votos foi feita em uma reunião em janeiro de 2010. No entanto, ressalta que a proposta era para as federações e não para as pessoas. “Onde o dinheiro foi parar, eu não faço ideia”, afirmou Phaedra.
Além disso, os esquemas de compra de votos também expos os esquemas de corrupção na entidade. Em investigação com o FBI, Sérgio Jadue conseguiu provas de que pelo menos US$150 milhões foram lavados pela FIFA, que culminou na prisão de alguns nomes importantes da entidade e de outras federações do mundo, como José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Recentemente, Joseph Blatter, que renunciou ao cargo de presidente da FIFA em 2017, após as denúncias dos esquemas de corrupção e está sendo investigado, disse em uma entrevista que a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo 2022 foi um erro, assumindo toda a responsabilidade da decisão, mas afirmando que os Estados Unidos deveriam sediar a edição.