A abertura da Copa do Mundo 2022 se aproxima, com muitos torcedores ansiosos para descobrir quem será o grande campeão. No entanto, desde que foi escolhida como sede, o Catar vem sendo criticado por diversos motivos. Então, entenda o porque muitas pessoas pedem boicote a competição.
Boicote a Copa do Mundo 2022
Restando menos de uma semana para o pontapé inicial da Copa do Mundo 2022, as manifestações contra a competição vem crescendo. Recentemente, na última rodada do Campeonato Alemão antes da pausa para o Mundial e as férias de inverno, torcedores do Schalke 04, Borussia Dortmund e Monchengladbach, Hertha Berlin e Bayern de Munique, protestaram contra a competição.
Na manifestações, membros das torcidas organizadas dos clubes exibiram faixas com “#BoycottQatar2022” e “15.000 mortos por 5.760 minutos de futebol! Que vergonha!”, além de outros cartazes mencionando a perseguição de opções sexuais, corrupção, falta de direitos às mulheres, desrespeito aos direitos humanos, questões climáticas e falta de liberdade de expressão envolvendo o Catar.
Além dos torcedores, políticos, jornais, prefeituras, estabelecimentos e atletas na Europa vem promovendo o boicote a competição. Diferentes cidades na França, Suíça e Bélgica cancelaram as ‘fan fest', evento popular durante a Copa do Mundo que reúne os torcedores durante as partidas da seleção local.
O ex-jogador e campeão mundial, Kevin Großkreutz também aderiu ao boicote em seu bar, o “Mit Schmackes”. Todos os amigos, convidados e clientes podem frequentar o estabelecimento do ex-atleta, mas não poderão assistir nenhum jogo ao vivo no local. Além disso, ele revelou que irá fazer uma doação para a organização de direitos humanos da Anistia Internacional.
A federação de futebol da Dinamarca comunicou que os familiares dos jogadores convocados não irão ao Catar para acompanhar a delegação. Aliás, alguns atletas cogitaram abandonar a competição. Além disso, os dinamarqueses lançaram um uniforme de treinamento com uma cor, para não serem visíveis em uma competição que custou a vida de muitas pessoas.
Outras seleções também irão protestar durante a Copa do Mundo 2022. A Seleção Inglesa irá utilizar a faixa de capitão com “One Love” e nas cores da comunidade LGBTQIA+.
This shirt carries with it a message.
We don't wish to be visible during a tournament that has cost thousands of people their lives.
We support the Danish national team all the way, but that isn't the same as supporting Qatar as a host nation. pic.twitter.com/7bgMgK7WzS
— hummel (@hummel1923) September 28, 2022
Entenda as críticas a Copa do Mundo 2022
A escolha do Catar como país sede da Copa do Mundo 2022 é controversa desde a sua escolha, em 2010. Após o anúncio que o país do Oriente Médio iria sediar a competição, investigações revelaram esquema de corrupção em compra de votos, um dos maiores escândalos do futebol. Aliás, Joseph Blatter revelou recentemente que a escolha foi um erro.
Outra crítica que o Catar enfrenta é com relação aos direitos humanos. Desde que iniciou as obras para a Copa do Mundo 2022, entre 12 e 15 mil trabalhadores morreram, segundo o New York Times, um número muito superior às outras três edições, 2010, 14 e 18, que somados, nove pessoas perderam a vida. O forte calor e as condições que os funcionários enfrentaram, chegando a ter uma jornada de trabalho de 18 horas, são fatores cruciais para o ocorrido.
Além disso, alguns manifestantes também criticam as leis e cultura do Catar. No país, é proibido por lei a relação com pessoas do mesmo sexo, além de qualquer manifestação a favor da comunidade LGBTQIA+, com condenação de até sete anos de prisão.
As manifestações vem se intensificando após o presidente da FIFA, Gianni Infantino, pedir para as federações e os jogadores focarem apenas no futebol e esquecerem as questões políticas. No entanto, a tendência é que os protestos aumentem, principalmente com o início da Copa do Mundo 2022, podendo envolver os torcedores e os jogadores.