Everton e Manchester United se posicionam em relação à homofobia nas torcidas

O jogo entre Manchester United e Everton na última sexta-feira (6) pela FA Cup não se encerrou sem que um episódio desagradável obrigasse os clubes a se posicionarem.

Cânticos homofóbicos ecoavam das arquibancadas do Old Trafford dirigidos diretamente ao ao técnico do Everton, Frank Lampard. Em sua carreira como atleta, Lampard atuou pelo Chelsea e ao se aposentar dos gramados foi contratado em 2018 pelo Derby Country por três temporadas.

Mas já em 2019, o Chelsea o levou como treinador da equipe com um contrato também de três temporadas. Em sua estreia nos Blues, Lampard fez um bom trabalho mas na temporada seguinte o rendimento da equipe caiu e o contrato foi rompido. Em janeiro de 2022, chegou a Liverpool para treinar o Everton.

As ofensas dos torcedores insinuavam que o técnico seria um “rent boy“, ou seja, um garoto de programa, que faz tudo por dinheiro, como poderíamos chamar aqui no Brasil. Mas os agressores não atingiram somente o técnico do Everton e sim à comunidade LGBTQ+.

Autoridades do governo britânico condenaram o comportamento das torcidas e o uso do termo homofóbico.

“Parte do nosso trabalho nessa área tem sido fornecer às autoridades relevantes declarações de impacto de torcedores LGBTQ+, detalhando como cantos dessa natureza afetam sua experiência e sensação de inclusão em partidas de futebol, para que uma postura e compreensão mais claras sobre o canto possam ser estabelecido.”

Em articulação com as autoridades policiais, disseram estar determinados a bani-lo da cultura do futebol inglês.

O posicionamento dos clubes

O Manchester United disse não à homofobia. Em nota, o clube reafirmou sua posição em defesa da diversidade e lamentou que ainda hoje ocorram episódios de homofobia nos estádios ingleses. Disse ainda que continuará trabalhando para combater os abusos e a discriminação nos estádios ou nas redes sociais, trabalhando com os torcedores a mudança de comportamento sobretudo por meio do uso da linguagem.

O Everton disse que nos estádios ingleses não há mais lugar para a homofobia. O clube declarou à Agência Reuters que  “tem uma política de tolerância zero em todas as formas de discriminação e saúda as declarações da FA e do Manchester United”.

No Tweeter a Rainbow Devils, torcida LGBTQ+ do United também condenou os episódios ocorridos no Old Trafford.

A FA também declarou que vai investigar e punir os responsável pelos casos de homofobia.

 

 

J. A. J. A.

Consumidor do jornalismo esportivo desde os anos 1980 quando conheci a revista Placar e vi pela primeira vez a Copa de 86. De lá para cá acompanhei campeonatos regionais, nacionais e sul-americanos, vendo ao vivo, nas madrugadas de dezembro na Band, os dois mundiais do São Paulo F.C. e a diversidade dos jogos olímpicos. E como não falar das resenhas esportivas de domingo à noite!

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