Exército do Irã volta ameaçar família de jogadores com prisão e tortura

A situação envolvendo a seleção do Irã e as autoridades do país é tensa. Em meio a diversos protestos, o exército ameaçou familiares dos jogadores da equipe com prisão perpétua e tortura.

Desde setembro, diversos manifestantes tomam as ruas do Irã em protesto contra o governo atual e pelo direito das mulheres. Diversas pessoas perderam a vida nos confrontos com as forças de seguranças, além de milhares sendo detidos.

Familiares dos jogadores do Irã são ameaçados

A campanha da seleção do Irã na Copa do Mundo 2022, foi marcada por muitos protestos dos jogadores e dos torcedores que estavam no Catar. A equipe conseguiu um bom desempenho na competição, disputando uma vaga para as oitavas de final. Contudo, o fator extracampo chamou a atenção.

Na estreia, a Seleção Iraniana foi goleada por 6 x 2 para a Inglaterra. Entretanto, um ponto vale destaque. Antes da partida, os jogadores não cantaram o hino nacional. Nas arquibancadas, diversos torcedores iranianos utilizaram faixas pedindo liberdade às mulheres do país, com alguns se emocionando na execução do hino.

No entanto, segundo informações divulgadas pela CNN, os jogadores se reuniram com membros do Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana, logo após a partida da estreia.

De acordo com uma fonte da CNN, as autoridade do Irã informaram aos jogadores que, caso eles não cantassem o hino nacional ou se juntassem a qualquer protesto político contra o governo do país, os familiares seriam presos e torturados. Segundo o governo, o ato foi humilhante.

Posteriormente, nos confronto contra País de Gales Estados Unidos, os jogadores da seleção do Irã cantaram o hino do país, mesmo que de uma forma tímida.

Infiltrados na torcida do Irã

A questão envolvendo o governo do Irã na Copa do Mundo não está limitada apenas aos jogadores. Na publicação, a CNN afirma que agentes de segurança do país estavam infiltrados nas partidas, para monitorar os atletas e os torcedores.

Segundo a fonte do portal, o governo enviou centenas de agentes para se infiltrar nas arquibancadas, criando uma falsa sensação de apoio na torcida.

No confronto decisivo contra os Estados Unidos, um grupo de torcedoras iranianas afirmaram que alguns ‘agente secretos' estavam na partida. O objetivo seria registrar os iranianos que participassem de qualquer manifestação contra o governo, exibindo faixas ou camisetas pedindo liberdade às mulheres ou com o nome de Mahsa Amini.

Na três partidas que o Irã disputou na Copa do Mundo 2022, diversas pessoas demonstraram apoio aos manifestantes. A maioria eram mulheres, algumas não utilizando o hijab e com maquiagens simulando lágrimas de sangue.

No período, algumas pessoas foram detidas por seguranças do Catar, além de objetos sendo recolhidos, como bandeiras da Pérsia, bandeiras do Irã com uma cruz preta e camisetas com “Woman, Life, Freedon”, um lema das manifestações.

Gabriel Lemes Gabriel Lemes

Sou jornalista e sonho em trabalhar com jornalismo esportivo. Desde pequeno, convivo com futebol e com o passar dos anos, fui me apaixonado por outras modalidades. Hoje, não me vejo trabalhando em outro área que não seja com esporte. A emoção que um simples jogo causa no torcedor e nos fãs, é algo inexplicável e encantador, o que só aumenta  a minha admiração.

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