Por anos a maior beneficiada na distribuição bilionária dos governos, com nova Media Provisória anunciada pelo Presidente da República Jair Bolsonaro na última semana, pode ver sua crise financeira aumentar (sem precedentes) – estamos falando da TV Globo; lembrando que no ano de 2017 a emissora aqui em questão ficou com 48,5% da verba sobre a redistribuição publicitária, segundo reportagem de Cosme Rímoli, do “R7”.
Se pegarmos esse número de 2017 e compararmos com os de 2019, veremos que a percentagem caiu e muito, onde no último ano a emissora teve direito a apenas 16,3%, com isso, a mesma tratou de fazer uma mudança radical em todos os seus setores: internet, jornal, rádio e TV, quando mandou mais de 100 profissionais embora.
Além disso, perdeu o monopólio da transmissão do Campeonato Brasileiro, vendo o Esporte Interativo comprar os direitos de vários clubes importantes na televisão fechada – desbancando desta forma a poderosa “SporTV”, do Grupo Globo.
De quebra, não está conseguindo um acordo com o Flamengo para a transmissão dos jogos do Campeonato Carioca 2022 – que promete brigar com a emissora por essas transmissões após o decreto da nova MP do presidente da república. Isso sem falarmos que sua audiência caiu em 22% nos últimos 10 anos.
Se não bastasse tudo isso, veio o novo Coronavírus, que paralisou as transmissões do esporte em geral – não somente o futebol; com isso a verba dos patrocinadores ficou prejudica e a emissora se obrigará a prorrogados esses contratos até 2021 – detalhe, sem custos.
Dentro disso tudo, tem um assunto que vem incomodando e muito a Rede Globo – falamos da Copa do Mundo de 2022, da qual a emissora aqui em questão está pedindo “arrego” a FIFA e se negando a pagar uma das parcelas de contrato, que vencem neste ano; parcelas essas que dão o direito de exclusividade no Brasil para as transmissões desses jogos – arranhando desta forma a parceria de “amizade” que se iniciou em 1970 com a entidade máxima do futebol mundial.
Vale ressaltar que na Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, Globo e FIFA foram oficialmente parceiras; parceria essa que ficou tão forte, que a emissora passaria a transmitir os jogos da Copa do Mundo de 2018 e 2022 com exclusividade, onde a FIFA sequer abriu concorrência – tamanha confiança entre as partes.
Acordo esse já firmado em 2015, segundo a matéria do repórter acima citado, onde a Rede Globo ficaria com a exclusividade de transmitir essas duas próximas edições da Copa do Mundo – a primeira na Rússia, em 2018 (já realizada) e a segunda no Catar, em 2022.
Para que isso fosse possível, a Globo teria fechado um acordo de U$S 600 milhões – hoje avaliados em R$ 3,1 bilhões, que fora dividido em nove parcelas e aí que entra onde queremos chegar com essa matéria.
A grande emissora brasileira sinaliza desde o mês de maio que não irá mais conseguir arcar com a sua parcela de 2020 – no valor de US$ 90 milhões, com vencimento agora, no próximo dia 30 de junho. Onde até o momento foram pagas cinco das nove parcelas, restando com isso mais quatro para fechar o acordo junto à entidade máxima do futebol mundial. Divida total que deve chegar neste momento em R$ 1,8 bilhão.
Quando se fala em dinheiro, a gente sabe que as pessoas mudam, assim como as entidades, pois é; sem conseguir firmar com o acordo assinado em 2015 e já manifestando a FIFA que não conseguirá pagar a parcela de 2019, a entidade futebolística se mostra irredutível e exige que o contrato assinado seja cumprido – podendo aqui acabar do a tal parceria iniciada la atrás.
Com a cobrança por parte da FIFA, a Rede Globo então decidiu procurar a Justiça Suíça para tentar realizar um acordo; mas antes disso, a emissora entrou com uma liminar na 6ª Vara Empresarial de Justiça do Rio de Janeiro, onde nesta terça-feira teve ganho de causa e desta forma a mesma “estaria” livre de pagar o valor acima citado enquanto o contrato não é julgado na Justiça da Suíça, onde foi celebrado.
Assim, a emissora até mesmo já declarou possível a quebra de contrato, ou seja, se a FIFA não adiar o pagamento ou até mesmo diminuiu o pagamento de cerca de US$ 270 milhões que ainda restam, dos US$ 1,8 bilhão, ela poderá abrir mão do direito de retransmitir a Copa do Mundo do Catar, em 2022.
Com a batalha correndo na Justiça, o bom relacionamento com a FIFA que se iniciou na década de 70 poderá ter seu fim nos anos de 2000. Aguardemos os próximos capítulos!