Na noite da última quinta-feira (28), na La Bombonera, em Buenos Aires, na Argentina, Palmeiras e Boca Juniors empataram em 0 x 0 no jogo de ida das semifinais da Libertadores.
Consequentemente, as duas equipes disputarão a vaga na final na semana que vem, no Allianz Parque. No entanto, o gramado do estádio do Palmeiras tem sido alvo de críticas por parte dos jogadores e dirigentes do Boca Juniors.
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Boca Junior: Romero e Riquelme reclamaram da grama sintética do Allianz Parque
Após o jogo na La Bombonera, o goleiro do Boca Juniors, Sergio Romero, criticou o gramado sintético utilizado pelo Palmeiras no Allianz Parque.
“Me preocupa simplesmente porque é sintético e não gramado natural. É raro que a esta altura da vida estejamos falando que uma equipe de futebol tem campo sintético.
A Conmebol e a Fifa deveriam dizer: ou híbrido ou natural. Porque é futebol. Para o campo sintético tem hóquei. Futebol se joga em grama de verdade”, afirmou Romero após o jogo.
Esta não é a primeira vez que alguém do Boca Juniors reclama do gramado sintético do Allianz Parque. Antes do confronto desta quinta-feira, o vice-presidente e ídolo do clube, Riquelme, afirmou que a equipe teria que se adaptar ao campo sintético, que, segundo ele, não é a mesma coisa.
"Me preocupa simplesmente porque é sintético não é natural. A Conmebol ou a FIFA deveria dizer, ou é híbrido ou 10% natural. Grama sintética é para hóquei. Futebol se joga em grama de verdade."
🎙️ Sergio Romero, goleiro do Boca Juniors, sobre o Allianz
— Diário de Torcedor (@DiarioGols) September 29, 2023
A grama sintética nos campos de futebol
O Palmeiras optou por instalar grama sintética no Allianz Parque em 2020, após enfrentar dificuldades por anos para manter um bom campo de grama natural. Isso se deve em grande parte à quantidade de shows e eventos que o estádio recebe durante o ano.
De acordo com Paulo Almeida, Gerente Comercial da Soccer Grass, empresa da grama sintética do Allianz Parque, em exclusiva ao repórter Carlos Soares, do Minha Torcida, a grama sintética é o futuro do futebol e que existe uma alta tecnologia por trás do gramado.
“A Grass é uma empresa prestes a completar três décadas de atuação ininterrupta no segmento de grama sintética. Dentre os nossos principais cases, destacam-se o Allianz Parque, o estádio Bruno José Daniel e o Centro de Treinamento da Seleção Brasileira na Granja Comary, em Teresópolis, dentre outros.
Geralmente, quando se fala em grama sintética, as pessoas voltam sua atenção para os campos de locação utilizados por jogadores amadores, onde é comum o uso de uma grama com preenchimento de borracha preta. Surgem comentários sobre a bolinha preta grudando nos calçados.
É importante ressaltar que a grama sintética também requer manutenção. Isso contribui para que as pessoas façam esse tipo de comentário sobre as bolinhas pretas, que são originárias de pneus triturados e servem de proteção para os fios da grama, além de proporcionar amortecimento.
No entanto, com o avanço do futebol e a modernização dos sistemas utilizados nos estádios, a tecnologia melhorou consideravelmente. Alguns estádios no Brasil já adotaram o sistema de gramado sintético. O primeiro destaque foi a Arena da Baixada, do Athletico Paranaense, com um gramado que utiliza fibra de coco para amortecimento”.
O gramado sintético do Allianz Parque
Paulo Almeida explicou que a tecnologia usada pela Soccer Grass é de última geração e que o Allianz Parque é referência em gramado em 2023. Almeida também detalhou como funciona o sistema de grama artificial do Allianz em dias de jogos e eventos.
Primeiramente, comentou que ao término do evento, recolhe-se essa proteção do gramado e imediatamente a grama volta à posição normal, ou seja, com os fios na posição vertical, já pronta para o jogo.
Além disso, existe uma inspeção, uma escovação bastante simples com um equipamento pequeno, e o gramado já está em condições de uso.
“O Allianz Parque implantou um sistema interessante que atende às necessidades tanto do Palmeiras quanto de eventos e shows da W-Torre. Os fios da grama permanecem na posição vertical, e o gramado é protegido durante eventos.
Após a remoção da proteção, a grama volta à sua posição normal, exigindo apenas uma inspeção e escovação simples para uso. O gramado do Allianz está bem à frente dos demais, destacando essa característica dos fios da fibra.
Recentemente, nós tivemos aí a implantação do gramado do estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro. Interessante que lá tem o preenchimento de cortiça, e a gente acredita que no ano de 2024, outros estádios certamente vão partir para o sistema de grama sintética”, brada o Gerente da Soccer Grass.
Gramado artificial realmente ocasiona mais lesões?
Segundo Paulo Almeida, isso não passa de um mito ou uma desculpa dos rivais para, caso saiam derrotados, estejam “protegidos” com uma boa argumentação, pois quase todos os times têm gramado artificial em centros de treinamentos.
“Nos deparamos com comentários nos noticiários da mídia sobre lesões que possam ter sido ocasionadas pelo grama sintético.
Mas, se a gente for realmente a fundo pesquisar, se pegarmos, por exemplo, o Allianz Parque, você não encontra uma matéria de algum dirigente ou algum jogador que tenha comentado que perdeu a partida em função do grama.
O aperfeiçoamento da rolagem e velocidade da bola não sofre com ‘morrinhos artilheiros', depressões ou nível irregular de grama, como constantemente ocorre em gramados naturais.
Essa é uma das principais vantagens com relação ao sistema de grama sintético. Os principais clubes hoje já têm em seus centros de treinamento campos com grama sintética”, explicou Paulo Almeida.
Empresa administradora do gramado do Allianz Parque, Soccer Grass rebate Romero e o Boca Juniors
Por fim, Paulo Almeida concluiu mostrando o quão hipócritas, ou simplesmente dissimuladas, são as alegações do goleiro do Boca Juniors, Sergio Romero, e do Vice-Presidente da equipe xeneize, Riquelme. O Gerente Comercial da Soccer Grass afirma que grama natural está presente em todos os clubes.
“O goleiro do Boca, olha que interessante, se você pesquisar, o clube que ele jogava anteriormente (Venezia) é o mesmo sistema de grama sintética que existe no Allianz Parque.
Outro detalhe importante: o Boca Juniors possui no centro de treinamento na Argentina campos de grama sintética. Então, eles têm a oportunidade também de treinar em grama sintética.
Eu acredito que esses comentários, ao meu ver, isso faz parte mais dos bastidores como estratégia para influenciar na partida, porque quando a partida inicia, é ali dentro das quatro linhas que se decide”, concluiu Paulo.