Com valor de 120 milhões de euros, Antoine Griezmann foi à contratação mais cara feita pelo Barcelona para a atual temporada – comprado de forma polêmica junto ao Atlético de Madrid.
Apesar de ser um dos melhores jogadores dos últimos anos, o campeão mundial pela França e dono de habilidade rara para criar e concluir jogadas, Griezmann chegou com baixa expectativa em meio aos companheiros de time e torcedores, além de deixar Ernesto Valverde em uma sinuca na hora de desenhar o time – e essas expectativas a cada dia que passam, estão mais reais, visto que o atacante real está muito abaixo do que apresentava nos “colchoneros”.
As exibições até o momento têm mostrado isso, uma vez que o atacante tem sido irregular em suas partidas, algo que já rendem críticas da imprensa catalã e espanhola; a última partiu do tradicional jornal “L’Equipe” – da França, que reconheceu o momento ruim do meia-atacante: “Qual é o problema?”, foi à pergunta do jornal em sua edição desta última quarta-feira.
A recepção fria da torcida e jogadores foi citada pelo diário, assim como a questão envolvendo PSG.
A recepção fria por seus companheiros atuais tem fácil explicação, lembrando que ano antes, Griezmann preparou um documentário apenas para dizer o seu “não” à oferta do Barcelona. Mas no futebol sempre há a esperança de que a resposta a esta polêmica pudesse ser dada em campo. Inclusive foi a promessa feita pelo camisa 17 em sua apresentação.
Sendo justamente dentro de campo que Griezmann vai encontrando dificuldades, algo que fica ainda pior em um time no qual apenas dois jogadores estão se destacando no momento, em meio ao trabalho feito por Ernesto Valverde: o goleiro Ter Stegen e Lionel Messi.
Porém, Griezmann encontrou alguém que o defenda como jogador do Barcelona; aqui falamos de Didier Deschamps, que em entrevista, declarou o seguinte:
“Ele está sendo usado em posições diferentes às que joga na França e precisa se adaptar. Os outros jogadores também, Ele está se questionando em um clube muito grande, com muita expectativa e demanda, além de também fazer parte de um coletivo cujas referências não são mais as mesmas”, disse o técnico da seleção francesa, ao ser perguntado sobre a atual fase de Antoine.
Vale lembrar que as dificuldades de encaixar um jogador como Griezmann neste time do Barcelona foi algo alertado por muitos. A crítica era feita basicamente levando em conta o posicionamento: tanto no Atlético de Madrid quanto na seleção, o francês rendeu melhor como segundo atacante, quase um “camisa 10”, ou como jogador mais avançado no ataque – posições essas pela qual não vem sendo escalado no Barcelona.
No time catalão, muitas vezes escalado em um 4-4-2 por Valverde na última temporada, Lionel Messi e Luis Suárez – insubstituíveis, eram e são os responsáveis por tais funções. A outra opção, um 4-3-3 que vem sendo usado também nesta campanha, obriga Griezmann a ser deslocado à ponta-esquerda, justamente onde menos atuou em seu antigo clube.
Messi e Suárez se entendem como poucos, alternando posições entre o meio e ponta-direita. O lado canhoto chegou a ter Dembélé ou Coutinho, porém, nunca foi o mesmo sem a presença de Neymar, que trocou o Barcelona pelo PSG, em 2017.
A comparação com o craque brasileiro, que estava no Barça no último título europeu conquistado pelo clube, na temporada 2014/2015, voltou a ganhar espaço depois que Ernesto Valverde disse que, assim como Griezmann, Neymar também teve dificuldades em seu primeiro ano no Camp Nou. Parece que Ernesto Valverde não deve ter visto os números do brasileiro na hora de comentar isso.
Griezmann já entrou em campo em 15 jogos oficiais pelo Barcelona até aqui e teve maior destaque em dois mais específicos – diante do Eibar – pela LaLiga e diante do Real Bétis – também pelo campeonato espanhol.
Individualmente, o melhor jogo de Griezmann no Barcelona foi na vitória por 5 a 2 sobre o Real Bétis, ainda pela segunda rodada do Espanhol. O francês fez dois gols e ainda deu uma assistência. Atuou justamente centralizado, na posição que é de Messi, e inclusive fez um gol muito parecido com tantos outros anotados pelo argentino – e reconheceu a inspiração no camisa 10 após o jogo.
Estando a sombra de Neymar desde que chegou ao Barcelona, Griezmann hoje é uma decepção óbvia no time catalão, muito por sua característica, que não eram o que o time mais precisava ter neste momento.