Segundo uma fonte ligada a segurança dos jogos no Catar, os jogadores iranianos foram obrigados a participar de uma reunião com a guarda
Revolucionária Iraniana após partida de estreia da seleção na Copa do Mundo, quando perderam por 6 x 2 para a Inglaterra.
Os Iranianos não cantaram o hino nacional antes do jogo em apoio aos manifestantes que lutam por mais respeito ao direito das mulheres no país.
Jogadores do Irã são ameaçados de prisão pelo governo
Conforme as informações, teria sido dito aos jogadores que caso continuassem a não cantar o hino ou se engajassem em outras manifestações contra o governo do país, seus familiares poderiam sofrer com “violência e tortura”. Dezenas de integrantes da Guarda Revolucionária, estariam no Catar monitorando os jogadores, que estariam proibidos de conversar com estrangeiros ou pessoas de fora da delegação do país.
Pela segunda rodada da fase de grupos antes da partida contra o País de Gales, os jogadores cantaram o hino de forma tímida. Enquanto os torcedores do time vaiaram a execução do hino nas duas partidas e protestaram com cartazes e pinturas no corpo com os dizeres: “Women, life, freedom”, (Mulher, Vida, Liberdade).
O governo do Irã enfrenta uma onda de manifestações que vem desde o mês de setembro. Na ocasião, a jovem Marsha Amini morreu sob a guarda da polícia da moralidade, por supostamente está usando de maneira inadequada o hijab, véu que obrigatoriamente as mulheres iranianas devem usar para cobrir os cabelos.
Depois disso, as ruas do país foram tomadas por violentos protestos. Muitas mulheres, inclusive, desafiaram o sistema de governo do país, retirando seus hijab e cortando os cabelos em público para demonstrar sua indignação pelas leis rígidas do país.
Para a Copa do Mundo havia dúvida sobre a convocação de alguns jogadores, principalmente Sardar Azimoun do Bayer Leverkusen. Ele havia demostrado apoio aos manifestantes em suas redes sociais. O jogador chegou a ter a convocação adiada, mas acabou entrando na lista.
No jogo desta terça-feira (29), contra os Estados Unidos, os jogadores voltaram a cantar o hino nacional.
Foto: REUTERS/Amanda Perobelli