A Copa do Mundo 2022 se aproxima, mas as críticas e controversas no Catar vem aumentando nos últimos dias. Nesta quarta-feira (16), um jornalista foi ameaçado durante uma transmissão ao vivo por funcionários de segurança.
A confusão aconteceu na madrugada de terça para quarta-feira (16), com o jornalista Rasmus Tantholdt, da emissora de televisão dinamarquesa TV2. Durante a transmissão ao vivo, o repórter foi abordado ao vivo, com ameaças em destruir o equipamento profissional.
Jornalista é ameaçado no Catar
A situação no Catar é tensa, envolvendo as diversas críticas voltadas ao país, que recebe pessoas de diversos lugares do mundo para a disputa da Copa, entre torcedores e imprensa, que irá cobrir o campeonato.
Em uma entrada ao vivo, Rasmus Tantholdt foi abordado por funcionários de segurança, alegando que a equipe não era bem-vinda para filmar, infringindo as regras do país. Rapidamente, o jornalista questionou a atitude e pediu esclarecimentos. “Você convidou o mundo inteiro aqui. Por que não podemos filmar? É um local público”, disse o dinamarquês.
O jornalista apresentou as credenciais de imprensa, comprovando as permissões para filma no Catar. No entanto, um homem tampou a lenta da câmera, impedindo as filmagens e disse que o equipamento seria destruído se eles não parassem de filmar o local.
Novamente, Tantholdt junto com a equipe no local mostraram o credenciamento de imprensa, mas outra vez os seguranças ameaçaram quebrar a câmera. “Você quer quebrá-la? Vá em frente. Você está nos ameaçando”, completou o jornalista.
Rapidamente, o Comitê Supremo do Catar pediu desculpas à emissora TV2 e ao jornalista Rasmus Tantholdt pelo ocorrido e as ameaças.
We now got an apology from Qatar International Media Office and from Qatar Supreme Commitee.
This is what happened when we were broadcasting live for @tv2nyhederne from a roundabout today in Doha. But will it happen to other media as well? #FIFAWorldCupQatar2022 pic.twitter.com/NSJj50kLql— Rasmus Tantholdt TV2 (@RasmusTantholdt) November 15, 2022
Jornalista comenta o ocorrido no Catar
Em uma entrevista para o canal NRG da Noruega, Rasmus Tantholdt confirmou que recebeu o pedido de desculpa pelo Comitê Supremo e os delegados do Catar.
Contudo, ele afirma que o fato de ser interrompido ao vivo, enquanto faz o seu trabalho, levanta várias preocupações. “Pode-se argumentar que há quem tenha entendido mal a situação, mas ao mesmo tempo diz muito sobre como é no Catar” e completa dizendo que os profissionais de comunicação podem ser atacados e ameaçados.
Além disso, Tantholdt acrescenta que o Catar não é um país livre e democrática. “Quanto mais você tem que se esconder, mais difícil é relatar de lá”, completa relembrando a experiência ao trabalhar em 110 países.
O Catar vem sendo duramente criticado pelas violações dos direitos humanos e as atitudes em relação à comunidade LGBTQIA+. Agora, são os problemas com os profissionais da imprensa.
Aliás, não é a primeira vez que o país têm problemas com jornalistas. A emissora NRK enfrentou algumas questões em 2021 no Catar. Os profissionais Halvor Ekeland e Lokman Ghorbani ficaram detidos por 30 horas, com as alegações de que estariam filmando em terras privadas. “Uma imprensa livre é crucial para o funcionamento da democracia”, disse o primeiro-ministro norueguês Jonas Gahr Støre, condenando as medidas tomadas.