A justiça do Rio, nesta segunda-feira (13), aumentou o tempo de punição das torcidas organizadas para cinco anos proibidas de frequentar os jogos de seus respectivos times. Young Flu (Fluminense), Força Jovem (Vasco), Torcida Jovem e Raça Rubro-Negra (Flamengo) não poderão frequentar eventos esportivos com bandeiras, trajes ou instrumentos dessas torcidas nos próximos cinco anos, conforme definido pelo juiz Bruno Vaccari Manfrenatti.
Vale lembrar, as torcidas já estavam com proibição de 90 dias pelo mesmo juiz, que optou por aumentar o tempo. Além disso, a juíza Ana Beatriz Mendes Estrella determinou a prisão preventiva de 30 dias dos chefes das quatro torcidas organizadas. Segundo informou, a medida é “imprescindível para as investigações criminais e para a garantia da ordem pública”; confira um trecho da decisão:
“Os indícios da autoria participação dos representados, presidentes de torcidas organizadas, é evidente, devendo ser destacado que estes já foram autuados no passado, no Juizado do Torcedor, como membros de torcida organizada, não sendo suficientes, por hora, a aplicação de medidas cautelares substitutivas da prisão, diante da sua posição de comando dentro das instituições que presidem, pois detentores do poder decisório sobre as ações de seus comandados, a maioria deles responsáveis diretos pela prática dos atos investigados”
Torcidas organizadas são alvo de investigação
Após confrontos entre as torcidas organizadas de Vasco e Flamengo no clássico do dia 5 de março, houve a proibição da presença das torcidas. Entretanto, muito mais foi determinado pela justiça do Rio de Janeiro, como a prisão pedida pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática para investigar possíveis conversas em aplicativos, que podem evidenciar atos de violência premeditados. Além disso, há uma lista de medidas; veja:
- Bloqueio de todas as contas;
- busca e apreensão de documentos e aparelhos eletrônicos;
- suspensão das atividades e interdição das sedes por cinco anos;
- quebra de sigilo de dados de aplicativos de mensagens, chamadas telefônicas, contatos, e-mails, entre outros.
O Ministério Público pediu indeferimento das prisões por acreditar que as provas apresentadas não se sustentam contra os chefes das torcidas organizadas. Segundo o pedido do MP, não existem elementos que indiquem os crimes e que sejam determinantes para uma prisão temporária dos quatro torcedores, a prisão dever ser inferida “em razão da fragilidade dos elementos informativos” disse o texto.
Ainda existem outros 16 investigados, que estão proibidos de frequentar estádios pelos próximos seis meses. Esses torcedores, devem permanecer pelo menos cinco quilômetros dos locais de jogos, para isso, devem instalar tornozeleiras eletrônicas e têm 72 horas para comparecer à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária para isso.
As punições mais severas às torcidas foram definidas após reunião no Palácio da Guanabara na última sexta-feira (10). A principal delas é que os torcedores e torcidas organizadas envolvidas em atos violentos sejam enquadradas no crime de organização criminosa, que deve mudar muita coisa em relação aos tristes e recorrentes episódios de violência ligados a torcidas de futebol.