No dia 18 de julho de 1982, nascia em São Paulo Arthur Friedenreich, um brasileiro que anos depois se tornaria um dos maiores jogadores de todos os tempos e motivo de premiações para jogadores que brilham e brilharam nos campos pelo mundo.
El Tigre, como era conhecido, iniciou sua carreira no futebol no Germânia, clube que disputava os municipais da época e que hoje é conhecido como Esporte Clube Pinheiros. O atacante foi homenageado pelo Google neste 18 de julho de 2023, sendo o Doodle do dia.
Arthur Friedenreich rodou por Ypiranga, Mackenzie, Americano, Payssandu, mas em 1917 vestiu a camisa do Flamengo. Porém, foi no Paulistano que chegou ao seu auge, permanecendo no clube por mais de 12 anos. Em entrevista exclusiva ao Minha Torcida, o jornalista Mauro Beting relembrou uma passagem curiosa da vida de Arthur Friedenreich.
🌟🌟 Os gênios Arthur Friedenreich e Leônidas da Silva!
Ídolos do São Paulo Futebol Clube e dois dos maiores atletas da história do futebol.
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— São Paulo FC (@SaoPauloFC) July 18, 2023
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Mauro Beting relembra momento histórico de Arthur Friedenreich em exclusiva
Em 1925, El Tigre, viajou junto com o Paulistano para a Europa, para atuar no continente. Conhecido por seu drible curto, finta e chute de efeito, Friedenreich era e ainda é a representatividade da brasilidade do futebol brasileiro.
Dos 10 compromissos, nove foram vencidos pelo Paulistano. Inclusive, em uma oportunidade, o Paulistano aplicou 9 x 0 no União da Lapa, com uma penalidade errada por El Tigre, que marcou apenas sete gols na oportunidade.
“Arthur Friedenreich é primeiro craque do maior campeão do mundo (Brasil) e o primeiro craque fundamental, inclusive com o gol do título, da primeira conquista brasileira, continental, internacional, o Sul-Americano de 1919, no Rio de Janeiro, nas Laranjeiras.
El Tigre, com suas chuteiras expostas em uma loja no Rio de Janeiro, e que deu origem a primeira música referente ao futebol, do genial Pixinguinha, um dos Friedenreich da música brasileira.
El Tigre, que era uma mistura bem brasileira, de pai alemão e uma mãe mulata. Ele era mulato, de olhos claros, verdes e muito elegante.
Foi árbitro e jogou por quase todos os times, inclusive pelo Paulistano, no melhor momento dele, em 1925, na excursão gloriosa, por campos europeus. Tem até uma estátua dele, do lado do Clube Atlético Paulistano, nos Jardins (em São Paulo)”, descreveu Mauro Beting.
Arthur Friedenreich na música
Um a Zero, escrito por Pixinguinha e Benedito Lacerda, conta a história de uma partida de futebol, que naquela época tinha muita proximidade com que acontece hoje em dia no futebol brasileiro.
Em determinado momento, em um dos trechos é dito que “se o juiz apita errado, é que a coisa fica feia, coitada da sua mãe, mesmo sendo uma santa, cai na boca do povão”.
O sucesso no exterior e a quebra de preconceitos
Na época que Arthur Friedenreich jogava futebol, o preconceito racial era muito comum e pior do que é hoje em dia. Em alguns lugares, a presença de negros ou mulatos era proibido e a prática do futebol era vista como esporte de elite.
Na parte final da exclusiva para o Minha Torcida, Mauro Beting falou sobre a quebra de barreiras do ex-jogador. Friedenreich que ganhou duas Copas Américas e foi medalha de bronze, na Copa América de 1921, na Argentina.
“O Friedenreich representa a passagem da elite, do mulatismo, como destacado por Gilberto Freyre. Pena que ele não teve uma Copa do Mundo para se expor ao mundo. Embora tenha sucesso lá fora, tendo ganhado o apelido da imprensa uruguaia e é o primeiro craque brasileiro.
Um nome não muito brasileiro, mas bem isto ai, pois vieram da colônia da Europa para fazer história no Brasil. Certamente é um dos maiores de todos os tempos, marcando mais de mil gols, que provavelmente não aconteceu, pois você tem números discrepantes.
Por óbvio, já que nas décadas de 10/20/30, não vamos ter os números mais corretos. Mas os números não bastam, o nome já é muito forte. Aliás, Friedenreich deveria ter mais logradouros em São Paulo e no Brasil com homenagens a ele”, completou.
Jogador passou por tradicionais equipes
Atacante, Arthur Friedenreich jogou ainda na era amadora por 26 anos, não tendo a oportunidade de disputar a primeira Copa do Mundo. Passou por Flamengo, São Paulo, Santos.
Inclusive, sendo jogador do São Paulo FC, jogou em um combinado de Corinthians e Palmeiras em duelo contra o Tucumán, da Argentina, porém nunca atuou com a camisa do Alvinegro ou do Alviverde Paulista.