A manipulação de resultados que foi descoberta no futebol brasileiro mexeu com a estrutura dos campeonatos e prejudicou diversos clubes, que tiveram seus atletas citados ou até mesmo envolvidos em esquemas de manipulação de apostas esportivas. A situação fez com que clubes, casas de apostas, jogadores e demais envolvidos com o futebol discutissem uma maneira de evitar que novos atletas, treinadores e árbitros estejam envolvidos em alguma ilegalidade.
Durante o Conafut, um dos maiores congressos sobre futebol no Brasil, José Francisco Manssur, assessor especial do Ministério da Fazenda, palestrou sobre a regulamentação das casas de apostas no pais e trouxe notícias importantes, que em breve podemos ter mais atualizações sobre o caso.
“A gente está muito perto disto. É garantia que isto irá acontecer? Pode acontecer que tenha alguma intercorrência, mas o mais importante é que nós pensemos todas as etapas que precisam ser percorridas, especialmente de ouvir a sociedade e os clubes. Fizemos reuniões com os clubes, com a CBF, operadores, as associações de apostadores e empresas de sistemas, porque para enfrentar a manipulação de resultados, eu não acredito em proibições. Os fatos me fizeram mudar de ideia e eu não tenho nenhuma vergonha disto, eu acredito que se você vetar as apostas em escanteios, o sujeito vai apostar em escanteio fora do Brasil“, afirmou Manssur.
Assessor especial do Ministério da Fazenda acredita no uso da tecnologia para ajudar as casas de apostas
Ainda na palestra, Manssur afirmou que a melhor opção para combater este tipo de crime, no seu entendimento, é o uso de inteligência artificial (AI), para avisar quando alguma aposta é suspeita ou quando algum jogo recebeu um alto valor em uma casa de apostas. Neste caso, ao receber o aviso, as casas de apostas seriam avisadas e tirariam o jogo do ar. Vale lembrar que, em uma publicação no Twitter, um influenciador disse que achou estranho um determinado atleta receber altos valores para tomar um amarelo em um curto espaço de tempo.
“O que eu acredito é investir em inteligência artificial e em tecnologia, uma coisa muito prática. Que a gente tenha dentro do Ministério da Fazenda, um sistema operacional que poderia nos alertar, que tem determina aposta um milhão de reais em um escanteio em um jogo da Série C e comparar com o comportamento do atleta. A partir disto, quando a gente chegar em uma escala de um a cinco, ao nível três de probabilidade, enviar para as próprias operadoras tirarem o jogo do ar“, completou Manssur.
Relembre os envolvidos
No início a manipulação de resultados envolvendo atletas se concentrava no Vila Nova, onde o esquema de favorecimento foi descoberto pelo presidente do clube, que teria sido aliciado por um apostador. Após isto, foi descoberto que diversos jogadores, dentre as Séries A e Série B do Brasileirão, recebiam dinheiro para tomarem cartão ou cometer pênaltis, para favorecem resultados feitos em casas de apostas esportivas.
Operação Penalidade Máxima: 2 dias depois de Santos x Avaí (jogo que está sendo investigado), o volante Fernando Neto, que era jogador do Operário na época, tentou aliciar o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos, oferecendo R$ 60 mil para ele tomar um cartão amarelo no… pic.twitter.com/ZBkhhXDMVA
— Planeta do Futebol 🌎 (@futebol_info) May 9, 2023