O Catar está prestes a receber um dos principais eventos do mundo. No entanto, a escolha como anfitrião da Copa do Mundo 2022 vem gerando diversas críticas ao país, principalmente com relação aos direitos humanos. Assim, o ministro das Relações Exteriores do Catar criticou o comentários e afirma que é hipocrisia.
As críticas ao país vão desde as condições trabalhistas durante as obras para a Copa do Mundo 2022, até o conservadorismo do local, proibindo manifestações da comunidade LGBTQIA+.
HE @MBA_AlThani_ Deputy Prime Minister and Minister of Foreign Affairs, in an interview with @lemondefr #MOFAQatar#Qatar2022 pic.twitter.com/HEsiBBoRhC
— Ministry of Foreign Affairs – Qatar (@MofaQatar_EN) November 4, 2022
Ministro do Catar rebate críticas
Restando alguns dias para a Copa do Mundo 2022, as manifestações contra os anfitriões vem crescendo. Dessa forma, na última semana, o Ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed Ben Adberrahmane al Thani, concedeu uma entrevista ao jornal francês Le Monde e definiu os comentário como hipócritas.
Segundo o Ministro, existe hipocrisia nas críticas e ataques ao país, motivando um boicote a Copa do Mundo 2022. “Eles são lançados por um número muito pequeno de pessoas que não são de forma alguma representativos no resto do planeta”, afirmou Al Thani.
Ainda segundo o Ministro, as pessoas estão ansiosas para a Copa do Mundo 2022 e para a celebração, que terá início no dia 20 de novembro, em Doha, no Catar. “Mais de 97% dos ingressos foram vendidos”, disse o político.
Além disso, Al Thani afirma que as críticas ao Catar partem de pessoas que “não aceitam que um pequeno país do Oriente Médio” recebe um evento tão grande como a Copa do Mundo.
Entenda as críticas ao Catar
O Catar é o primeiro país localizado no Oriente Médio que irá sediar a Copa do Mundo. No entanto, vem sofrendo diversas críticas desde 2010, quando foi anunciado como anfitrião do torneio para a edição de 2022.
O país enfrentou diversas críticas feitas por grupos de direitos humanos, por conta do uso do sistema de kafala. A ideia consiste em monitorizar os trabalhadores migrantes, principalmente em setores como construção e doméstico. O sistema exige que os trabalhadores tenham um patrocinador no país, sendo geralmente o empregador, que será responsável pelo visto do empregado e estatuto legal.
No entanto, segundo os grupos de direitos humanos, essa prática abre uma margem para a exploração dos trabalhadores, visto que muitos empregadores confiscam passaportes e outros documentos, além de relatos de pessoas que trabalham sem salário.
O Catar aboliu o sistema kafala em 2020, com a maioria dos estádios da Copa do Mundo 2022 concluídos. O Ministro Al Thani afirma que as mudanças levam tempo e que “existem falhas” e que estão “determinados a corrigi-las”.
Outro ponto que vem sendo criticado é o fato do Catar ser considerado um país conservador. Ou seja, é proibido qualquer manifestação da comunidade LGBTQIA+. Alguns atletas, como o atacante Harry Kane, afirmaram que irão utilizar a braçadeira de capitão com a palavra ‘One Love' como forma de protesto.
Sobre o assunto, o Ministro Al Thani afirmou que o Catar é “um país muito acolhedor” e que o mundo será bem-vindo. No entanto, pede que os visitantes respeitem as leis do país.