Personalidades que criticaram Copa do Mundo no Catar são espionadas; afirma jornal britânico

Desde o anúncio de que o Catar seria sede da Copa do Mundo de 2022, que vem sendo alvo de críticas pelo mundo todo. E em menos de 15 dias da maior competição de futebol, as manifestações intensificaram ainda mais.

Na Alemanha, jogos da Bundesliga, o Campeonato Alemão estão tendo protestos pelos torcedores quanto aos metodos de vida adotas pelo país do Golfo. Na partida entre Borussia Dortmund e Bochum no Signal Iduna Park, a famosa Muralha Amarela pediu “Boicote o Catar” escrito em uma grande faixa. E no duelo entre Hertha Berlim e Bayern de Munique, as duas torcidas se juntaram para protestar com a frase “15.000 mortos por 5.760 minutos de futebol! Vocês deveriam se envergonhar!”

Com esse clima de questionamento entre as pessoas que, o jornal The Sunday Times junto com o “Bureau of Investigative Journalism” divulgou uma investigação feita onde desde 2019 que uma gangue começou a invadir a contas de e-mails privadas de mais de 100 pessoas. E entre elas tem personalidades que já se posicionaram contra o país  anfitrião do Mundial.

A investigação afirma claramente que o cliente (dos hackers) é o anfitrião da próxima Copa do Mundo: o Catar ”, escrevem os jornalistas.

Personalidades que criticaram Copa do Mundo no Catar são espionadas

A senadora francesa, Nathalie Goulet, foi uma das vítimas. Ela que acusou o Catar de financiar o terrorismo islâmico e teve o ex-presidente da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), Michel Platini, por fazer parte de uma investigação sobre suspeitas de corrupção na concessão da Copa do Mundo.

Do mesmo modo, jornalistas também foram alvo do grupo de hackers. Como foi o caso de Jonathan Calvert, que investigou as manobras de corrupção que levaram à atribuição da Copa do Mundo ao Catar em 2010.

Além do Catar, a investigação revela muitos outros casos de hacking de personalidades realizados pelo mesmo grupo, em nome de escritórios de advocacia britânicos e regimes autocráticos. Dessa forma, o Bureau of Investigative Journalism revelou as informações obtidas após a investigação. Confira:

  • Ordens foram enviadas à gangue para atacar o editor político da BBC, Chris Mason, em maio, três semanas após o anúncio de sua nomeação.
  • O presidente da Suíça e seu vice foram alvos poucos dias depois de se encontrar com Boris Johnson e Liz Truss em Downing Street para discutir as sanções russas.
  • Philip Hammond, então chanceler, foi hackeado enquanto lidava com as consequências dos envenenamentos de novichoques da Rússia em Salisbury.
  • Um investigador particular contratado por um escritório de advocacia de Londres que atua para o Estado russo ordenou que a gangue visasse um oligarca britânico que fugia de Vladimir Putin.
  • Michel Platini, ex-chefe do futebol europeu, foi hackeado pouco antes de falar com a polícia francesa sobre alegações de corrupção relacionadas à Copa do Mundo de 2022.
  • Os hackers invadiram as caixas de entrada de e-mail dos chefes do automobilismo da Fórmula 1 Ruth Buscombe, chefe britânico de estratégia de corrida da equipe Alfa Romeo, e Otmar Szafnauer, executivo-chefe da equipe Aston Martin.
  • A quadrilha assumiu o controle de computadores de políticos, generais e diplomatas do Paquistão e escutou suas conversas privadas, aparentemente a mando dos serviços secretos indianos.

Foto: Kurt Schorrer/Divulgação/Fifa

Carolina Castro Carolina Castro

Tenho 25 anos e sou formada em jornalismo. Desde criança desenvolvi o gosto por esporte e por isso escolhi ser jornalista. Foi a profissão que me deixou mais próxima daquilo que mais amo: falar e escrever sobre esporte.

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