O início da Copa do Mundo de 2022 está se aproximando rapidamente. Desta vez, o torneio no Catar acontecerá no meio da temporada no inverno. Em entrevista à rede editorial Alemanha, o campeão mundial de 2014 Philipp Lahm vê isso como um desafio e fez duras críticas.
No entanto, o ex-jogador alemão, capitão da seleção campeã da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, não estará no local no estado do deserto, como forma de protesto contra a situação social do país catarense.
Em suma, o Catar tem sido repetidamente criticado por violações sistemáticas de direitos humanos e exploração de migrantes.
“Não farei parte da delegação alemã e também não estou interessado em ir lá como torcedor”, disse o ex-ala alemão à revista Kicker. “Prefiro acompanhar o torneio de casa”, disse.
Em síntese, Lahm, é o embaixador da Euro 2024, que será realizada na Alemanha daqui a dois anos, criticou duramente a FIFA por organizar a Copa do Mundo em um país como o Catar.
“Os direitos humanos devem ter um papel importante na premiação de torneios. Se um país que se sai mal nessa área recebe o prêmio, então você tem que pensar em quais critérios a decisão foi baseada”, explicou.
Além da situação dos direitos humanos, a questão da sustentabilidade e o tamanho do país não foram levados em consideração, segundo Lahm, em termos de premiação da Copa do Mundo de 2022.
“Os direitos humanos, sustentabilidade, o tamanho do país… Tudo isso aparentemente não teve peso na decisão da Fifa em dezembro de 2010”, finalizou o ex-lateral.
País de Gales fará protestos por direitos LGBTQIA+
Outro que se manifestou recentemente sobre o país sede da Copa do Mundo foi o chefe da Associação de Futebol do País de Gales, Noel Mooney. O cartola anunciou que a seleção do país irá usar a Copa do Mundo do Catar para discutir direitos humanos, principalmente causas LGBTQIA+.
Em entrevista à BBC País de Gales, Mooney disse que a equipe deseja usar a Copa do Mundo como uma força para o bem e acrescentou que essa posição é um consenso entre as seleções da Europa.
Ele também afirmou que alguns funcionários da associação optaram por não ir para o Catar em protesto. Além disso, a Rainbow Wall, torcida organizada LGBTQIA+ oficial do País de Gales, já anunciou que não irá para o Catar por temores por sua segurança.
A Anistia Internacional, organização de direitos humanos, já criticou diversas vezes o histórico do Catar sobre os direitos dos homossexuais e seu tratamento com trabalhadores migrantes.
Além do País de Gales, diversos países europeus têm feito críticas a realização da Copa do Mundo no Catar, sendo França e Dinamarca os destaques disso, com os dinamarqueses escondendo até o seu escudo nos uniformes como forma de protesto, e com cidades francesas adotando um sistema de boicote, não transmitindo em locais públicos as partidas do evento esportivo.
Foto destaque: Reprodução/Instagram Philipp Lahm