Gianni Infantino, o presidente da FIFA, acusou a Europa de “hipocrisia” e “racismo” ao fazer um extraordinário monólogo de 57 minutos rebatendo os críticos da Copa do Mundo.
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O órgão regulador global do jogo foi atacado implacavelmente por sua decisão de levar as finais para o Catar, onde o tratamento dos trabalhadores migrantes e os direitos das pessoas LGBT estiveram no centro das atenções.
Infantino tentou virar o jogo sobre o histórico da própria Europa sobre os direitos dos migrantes em um longo discurso criticando a cobertura da mídia mundial sobre o torneio. Em discurso, o mandatário disse: “Essa lição de moral, unilateral, é apenas hipocrisia”.
Há quinze dias, Infantino havia assinado uma carta pedindo às nações concorrentes que evitassem politizar o torneio em meio a críticas aos direitos humanos. Mas, em seu próprio discurso, ele exortou a Europa a considerar que deveria se desculpar por “3.000 anos”.
“Hoje me sinto catariano, hoje me sinto árabe, hoje me sinto africano, hoje me sinto gay, hoje me sinto deficiente, hoje me sinto um trabalhador migrante”, disse.
O presidente acrescentou: “Claro que não sou do Catar, não sou árabe, não sou africano, não sou gay, não sou deficiente. Mas sinto vontade, porque sei o que significa ser discriminado, sofrer bullying, como estrangeiro em um país estrangeiro. Quando criança sofri bullying – porque eu tinha cabelo ruivo e sardas, além de ser italiano, então imagine.”
Infantino também defendeu o recorde do Catar e expressou fúria sobre as alegações de que os torcedores que deram as boas-vindas à seleção inglesa em Doha eram “falsos” e pagos pelo estado.
“Bem, essas pessoas não se parecem com ingleses porque se parecem com índios”, disse ele. “Alguém que parece um indiano pode não torcer pela Inglaterra, Espanha ou Alemanha? Você sabe o que é isso? Isso é racismo. Isso é racismo puro. E podemos parar com isso. Somente o engajamento trará mudanças reais”, afirmou.
Por fim, o presidente concluiu: “É triste não podermos focar-nos no futebol.”
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Em suas redes sociais, a cervejaria, que tem contrato de exclusividade para comercialização de bebidas na Copa do Mundo, anunciou que vai dar todo o estoque que está no país para a seleção que vencer o torneio.
“Um novo dia, um novo tuíte. O país campeão vai levar todas as Buds. Quem irá ficar com elas?”, escreveu a marca, em seu Twitter.