Na última semana, a FIFA enviou uma carta para as 32 seleções pedindo para considerarem o futebol na Copa do Mundo e não se envolver aos assuntos políticos do país que é sede da competição. No entanto, as seleções europeias não gostaram do aviso do órgão dirigente.
Desde quando foi anunciado que o Catar seria país anfitrião para o mundial de 2022, que houve muitas críticas na escolha da FIFA, devido ao estilo de vida e crenças que o país carrega.
Saiba os motivos pelo Catar receber tantas críticas
De início, destaca-se para as condições de trabalho dos operários nas construções dos estádios. O secretário-geral da Internacional de Trabalhadores da Construção Civil e Madeira, Ambet Yulson, contou ao Uol que tinham muitos atrasos salariais; que houve mortes por conta da segurança dos trabalhadores; condições insalubres nos alojamentos; alimentação precária; e que o trabalhador tinha que entregar seu passaporte a empresa contratante, onde ficava sem direito algum e sujeito a manipulação.
Essa foi a situação que vimos em 2010, 2011. Isso era uma violação dos padrões internacionais de trabalho. Nós reclamamos com a Fifa, na época era o Joseph Blatter, e o Blatter disse: ‘Eu não sou responsável por isso'. Então fomos na OCDE, a organização de países ricos e registramos uma queixa contra a Fifa, porque se você é o organizador, você é o responsável.
Hoje eu posso dizer que a situação melhorou, mas não o suficiente. Houve mudanças na construção dos estádios, mas no resto do país não. Houve melhoras por causa da nossa pressão, mas não há garantia de que isso vai continuar depois da Copa. Em 2017 nós chegamos a um acordo com o Comitê Supremo e o nosso acordo era [fazer] inspeções. Pela primeira vez, um sindicado internacional foi até o Qatar e conduziu 25 inspeções.
Outro fator que gerou muitas críticas é que no país é considerado crime não ser cis hétero. Ou seja, se a pessoa manifestar ter outra orientação ou identidade de gênero, pode arriscar ser presa por até sete anos. Desse modo, o atacante do Tottenham, Harry Kane e mais outros nove capitães das seleções europeias usarão braçadeiras escrito ‘One Love' em forma de protesto.
Da mesma forma, o patrocinador oficial da Dinamarca, Hummel, Hummel, também não concorda com a conduta do país sede e os uniformes da seleção dinamarquesa estarão com o logotipo e escudo praticamente invisíveis.
“Não queremos ser visíveis durante um torneio que já custou a vida a milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa até ao fim, mas não apoiamos o Catar como sede do Mundial”, disse a marca em um comunicado.
This shirt carries with it a message.
We don't wish to be visible during a tournament that has cost thousands of people their lives.
We support the Danish national team all the way, but that isn't the same as supporting Qatar as a host nation. pic.twitter.com/7bgMgK7WzS
— hummel (@hummel1923) September 28, 2022
Ainda, na Alemanha, houve protestos pelos torcedores na Bundesliga, o Campeonato Alemão. Na partida entre Borussia Dortmund e Bochum no Signal Iduna Park, a famosa Muralha Amarela pediu “Boicote o Catar” escrito em uma grande faixa. E no duelo entre Hertha Berlim e Bayern de Munique, as duas torcidas se juntaram para protestar com a frase “15.000 mortos por 5.760 minutos de futebol! Vocês deveriam se envergonhar!”
Dieser Spieltag steht in den Fankurven in Deutschland im Zeichen von #BoycottQatar2022. #HerthaBSC-, #FCBayern-, #BVB-, #Mönchengladbach-, #Heidenheim-, #Paderborn– & #F95-Fans positionierten sich: #BSCFCB #BVBBOC #BMGVfB #FCHSCP #F95FCSP @boycottqatar22 https://t.co/YnySRCS9o2 pic.twitter.com/8F1Zyty1Zf
— Faszination Fankurve (@FasziFankurve) November 5, 2022