Na última quinta-feira (17), Portugal e Nigéria se enfrentaram em amistoso preparatório para a Copa do Mundo. O duelo terminou em 4 x 0 para os portugueses, que jogaram em casa, no Estádio de Alvalade.
Além da goleada de Portugal, outro fato se destacou na última partida da seleção portuguesa antes da estreia na Copa do Mundo. Alguns torcedores foram impedidos de entrar no estádio com camisas em defesa aos Direitos Humanos. Os torcedores foram barrados por seguranças na entrada do estádio.
A Anistia Internacional emitiu um comunicado em que denunciava o fato dos torcedores serem impedidos de assistir ao jogo com uma camisa em prol dos Direitos Humanos. Segundo a instituição, houveram muitas denúncias de seguranças que obrigaram quem estava com as camisas, tirar e entregar as mesmas.
Foi com tristeza e pesar que a Amnistia Internacional Portugal viu ser restringida uma ação de solidariedade para com os trabalhadores migrantes no Catar pelos seguranças no Estádio José de Alvalade.
Camisas em defesa aos Direitos Humanos foram barradas
No amistoso em Portugal, foram distribuídas 1000 camisas que se assemelham aos coletes dos trabalhadores das obras para a Copa do Mundo. Na parte de trás da camisa, uma alusão ao Artigo 4ª dos Direitos Humanos, que trata sobre o trabalho escravo:
Artigo 4º
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
As camisas lembram os milhares de trabalhadores que sofreram abusos e até morreram durante as construções para Copa do Mundo no Catar. A chamada Equipe Esquecida, são os imigrantes que morreram durante essas obras e estavam a frente da camisa entregue aos torcedores “Forgotten Team” estava escrito no escudo.
A Federação Portuguesa de Futebol se posicionou sobre o caso também em nota. A Federação disse que o jogo foi organizado pela UEFA, que não foi informada do ato, antes do jogo.
No primeiro momento, as camisetas foram interpretadas como ato político e por isso foram barradas. Depois, a organização percebeu sobre o que eram as camisas e os torcedores puderam entrar tranquilamente usando-as. Ainda segundo a nota, apenas 35 camisetas não teriam entrado, das 1000 entregues.
Os Direitos Humanos e a morte dos trabalhadores está sendo lembrada por muitas pessoas. Com certeza, durante a Copa do Mundo mais manifestações sobre o assunto acontecerão. Basta saber como serão recebidas.
A exemplo da seleção da Dinamarca, que enviou à FIFA o pedido para treinar com uma camisa com mensagem em defesa aos direitos humanos. Entretanto, a entidade negou, sob o mesmo motivo da camisa que foi citada, interferência política.